sexta-feira, 10 de abril de 2015

A PONTE SÍMBOLO DE FLORIANÓPOLIS


SERÁ QUE ELA CHEGA AOS 90 ANOS?





Os manés da ilha, como são conhecidos os nativos da Ilha de Santa Catarina, nunca esconderam sua antipatia pelos forasteiros, sejam turistas ou moradores de outras cidades, estados ou países que se encantaram pelas belezas do lugar e decidiram se mudar para lá. Há até os radicais que defendem a volta da ilha aos velhos tempos em que só de barco se chegava às suas praias. 
A deterioração da ponte Hercílio Luz, ameaçada de ruir por falta de conservação apesar dos milhões gastos para mantê-la de pé, reacendeu a velha discussão sobre a  sua utilidade e também os ressentimentos dos moradores contra os turistas que a cada verão deixam a sua vida insuportável.  
Entusiasmados pelo sucesso do pedágio cobrado no verão passado aos visitantes de Bombinhas, vereadores de Florianópolis querem cobrar uma taxa dos turistas que entram na ilha na alta temporada.  O dinheiro seria usado na recuperação dos estragos causados pelo turismo. Não estão nem aí para os danos à imagem da "Ilha da Magia". 
Os adeptos da demolição da velha ponte também são insensíveis à importância deste símbolo da cidade. Criticam o dinheiro gasto na sua manutenção, as suspeitas de corrupção a cada contrato de reforma, e defendem a aplicação dos recursos em saúde, educação e infraestrutura na ilha. 
Mas muita coisa mudou nestes últimos anos, e nos bares, nos meios de comunicação e entre os vereadores e deputados há uma saudável discussão que poderá chegar a soluções positivas para os interesses de moradores e visitantes. Uma ideia sensata: a ponte poderia ser recuperada por uma empresa privada, que em troca receberia o direito de explorar o seu potencial turístico, com a instalação de bares, restaurantes e quiosques sobre ela.  
Poderia, também, ter uma ciclovia, pois nas nas pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos só há pistas para carros. 
Uma moradora do Campeche, gaúcha, defende um plebiscito para que os eleitores decidam qual a melhor solução.
Quanto à cobrança de pedágios, tomara que o bom senso prevaleça. Como disse um velho ilhéu da gema, morador no Saco dos Limões, "temos que explorar o turismo, e não os turistas".




A estátua de Hercílio Luz e, ao fundo, a ponte metálica que tem o seu nome. 
Inaugurada em 13 de maio de 1926, depois de seis anos de obras, pode não completar 90 anos, em 2016. Está interditada desde 1982.












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