domingo, 1 de março de 2009

VOCÊ JÁ VIU UM GAMBÁ?


Este jovem gambá foi deixado pela sua mãe numa casa perto da minha, na praia do Imbé/RS, em novembro de 2008. Até agora a nossa vizinhança tem sido pior para ele: surpreendido pelo cachorro, teve que aguentar firme em cima da cerca até terminar a sessão de fotos.

O fim do veraneio é sempre melancólico. Para quem deixa as praias, recomeça a rotina de trabalho/trânsito/contas a pagar. Quem fica estranha o súbito silêncio de tantas casas vazias, numa sensação de solidão agravada pelo céu coberto de nuvens cinzentas. Nas ruas de poucos carros, cães vadios buscam as sobras dos últimos churrascos. Mas para as aves e outros animais nativos é hora de retomar o território invadido pelos humanos. Entre eles, os mais aliviados com a reconquista do sossego são, certamente, os gambás.
De hábitos noturnos, os marsupiais (assim como os cangurus, as fêmeas levam os filhotes em bolsas junto ao ventre) dormem durante o dia, para à noite sair à cata de insetos, larvas e frutas. Só que, ao contrário dos gatos e dos cães, se movem muito lentamente, subindo e descendo cercas, árvores e paredes com a ajuda de suas longas garras e do rabo. Nos dois longos meses de verão, as horas de sono são perturbadas pelos ruídos das casas lotadas, e sair à noite os expõe aos perigos dos predadores naturais e dos veranistas.
Apesar de inofensivos, os gambás são hostilizados e muitas vezes mortos pela sua aparência e por exalarem um cheiro forte de urina ao se sentirem ameaçados, única forma de se defenderem já que não correm nem saltam.
Livres dos humanos, eles agora podem voltar a dormir de dia num vão de telhado e sair à noite em busca de alimento, até o foguetório insano do final do ano anunciar uma nova temporada de veraneio.

Marsupial da família dos didelfídeos, o gambá é mamífero e pode ser encontrado nas três américas. Nasce com um centímetro e adulto alcança meio metro de comprimento e cinco quilos de peso.

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