segunda-feira, 11 de maio de 2009

BÚZIOS, RIO DE JANEIRO




A história de Armação de Búzios tem duas eras: ABB e DBB - antes e depois de Brigitte Bardot. Antes era uma vila de pescadores - não mais de 300 moradores - onde de vez em quando apareciam alguns cariocas de classe média e alta em busca de sossego, paisagens lindas e peixes fartos em suas águas transparentes. Ronaldo Bôscoli, Roberto Menescal, Luizinho Eça e Nara Leão enfrentavam num fusca os 160 quilômetros de estradas de areia, lama e pó do Rio até Búzios para buscar inspiração, e entre goles de champanha, uísque e guaraná, criavam canções que encantavam o país.
Em janeiro de 1964, Bardot foi levada até o vilarejo por seu namorado Bob Zagury, um francês apaixonado pela Bossa Nova brasileira. Ficou lá até o fim de março, com rápidas passagens pelo Rio para reabastecimento de provisões e noitadas incógnitas - e memoráveis para todos os participantes - em bares, boates e em apartamentos de amigos de Bob como Tom Jobim e Luizinho Eça.
Voltou para a França logo depois do golpe militar, com muitas lembranças agradáveis - banhos de sol e mar, natureza intocada, beleza por todos os lados, calor humano dos moradores que nem sabiam ser ela uma atriz famosa. Aliás, nunca haviam visto um filme sequer.
Mas os relatos e as fotos de Brigitte Bardot no seu paraíso brasileiro ganharam o país e o mundo, e Búzios mudou. Dois anos depois, ao chegar para sua segunda temporada com o mesmo Bob Zagury, Brigitte foi tratada como celebridade: homenageada pela Câmara de Vereadores de Cabo Frio (então sede do município), pediu a um amigo para representá-la. Em vez de anonimato e descontração, fotógrafos e curiosos por todo lado. A prefeitura chegou a dar a ela um terreno para que construísse o seu "segundo lar". Saiu dias depois. Desiludida, nunca mais voltou.
Com a construção da ponte Rio-Niterói e da rodovia estadual Ernani do Amaral Peixoto, as cidades da região dos lagos, como Búzios, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Araruama, se tornaram balneários de fim de semana e de férias dos cariocas, mineiros e capixabas. Nenhuma delas, no entanto, tem o charme e a beleza natural de Búzios. Procurada o ano inteiro por turistas do Brasil e do exterior, a antiga vila de pescadores acabou perdendo boa parte do seu encanto por causa da especulação imobiliária. Os hotéis, pousadas e casas de veraneio ocupam boa parte dos morros e das áreas próximas às praias que antes extasiavam os visitantes.
Mesmo assim, vale a pena curtir as praias, os bares, restaurantes e as lojas chiques concentradas na área central da cidade.


Os três pescadores da foto, cercados de barcos de pesca, são esculturas de bronze. Uma homenagem aos primeiros habitantes do lugar.


Rua das Pedras, centro comercial, cultural e gastronômico da cidade


 

Para conhecer Búzios, a melhor forma é alugar um carro, no Rio ou lá mesmo. As muitas e belas praias ficam distantes e cercadas de morros para ir a pé e os táxis são raros, especialmente fora da temporada de verão. Aproveite e conheça Cabo Frio, Arraial do Cabo e as cidades às margens dos lagos, como Araruama, São Pedro da Aldeia e Saquarema.





Geribá é a praia mais extensa e badalada de Búzios. Está cercada de mansões e condomínios fechados. 


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