segunda-feira, 15 de junho de 2009

O SÍTIO DA HOSPITALIDADE

Barbosa Lessa nasceu em Piratini, iniciou seus estudos no colégio Gonzaga, em Pelotas, e, adolescente, foi para Porto Alegre, onde terminou o segundo grau no Colégio Estadual Júlio de Castilhos e depois se formou em Direito na Urgs. Desgarrado na capital, iniciou, com alguns amigos também vindos do interior como Paixão Cortes e Glaucus Saraiva, uma revolução para resgatar as tradições gaúchas. Criou o primeiro Centro de Tradições Gaúchas, compôs obras-primas como Negrinho do Pastoreio (qual é o gaúcho que não se emociona cada vez que ouve?), e em 50 livros divulgou o que se chama de cultura gaúcha - seu folclore, suas danças, a história de sua gente.
Mais de 40 anos depois, consagrado como escritor, folclorista, compositor,publicitário e jornalista, Lessa se aposentou e fez o movimento inverso. Deixou as cidades grandes (São Paulo, e depois Porto Alegre) para morar, até morrer, em 2002, no seu sítio a 30 quilômetros de Camaquã,. De lá saía um sábado por mês para prosear com os amigos na Feira de Artesãos do Parque Farroupilha, em Porto Alegre, e vender erva-mate e travesseiros de capim perfumado produzidos por ele e a mulher Nilza. Nestes 15 anos de exílio voluntário, o sítio do casal se tornou um santuário ecológico onde todos os visitantes eram recebidos com a hospitalidade das pessoas do interior.


A casa simples, de madeira, fica à beira de um arroio, cercada de mato. Ali, respirando ar puro, bebendo água de uma fonte, o poeta e escritor encontrou a paz que tanto procurava.



Barbosa Lessa (à direita) proseando com o amigo José Otávio (Dedé) Ferlauto, num domingo do outono de 1996.

Nesta cachoeira do arroio Duro, ao lado da casa de Barbosa Lessa, foram gravadas cenas do filme Netto Perde Sua Alma, de Tabajara Ruas e Beto Souza



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