quarta-feira, 11 de novembro de 2009

GUARDIÕES DO IMBÉ


Advogados, juristas, engenheiros, professores, funcionários públicos. Jovens, de meia idade ou aposentados, eles têm em comum a causa da defesa da praia do Imbé, no litoral norte do Rio Grande do Sul, da ação predadora dos administradores públicos e especuladores imobiliários.
Estão organizados desde 1986 na Associação Comunitária do Imbé - Braço Morto. Durante o verão se reúnem informalmente todas as semanas para tomar cafezinho e trocar idéias, e pelo menos uma vez na temporada são convocadas Assembleias Gerais, com a participação de associados e veranistas. No inverno se comunicam pela internet e em encontros em Porto Alegre ou no Imbé.
As vitórias que a associação já obteve são notáveis. Ainda em 1986 conseguiu barrar a construção de molhes da barra do rio Tramandaí, depois de comprovado que a obra causaria a invasão da parte norte da praia pelas águas do mar. Outra luta judicial, seguida de vitória, foi o embargo da retirada das dunas para a construção de um calçadão na beira mar. O prefeito da época teve que mudar o projeto, respeitando as dunas.
A associação também recorreu à Justiça para demolir um estaleiro particular, construído irregularmente, com a complacência da prefeitura, na margem do rio Tramandaí. Agora, a luta é para impedir que a prefeitura e a Câmara de Vereadores prossigam nos seus propósitos de liberar a construção de edifícios,  deformando o projeto urbanístico que concebeu o Imbé como Cidade-Jardim,  de residências unifamiliares. Um desafio formidável. Mas ninguém espere que estes guardiões do interesse público desistam.


No calçadão sem dunas, tratores têm que repor a areia deslocada

5 comentários:

Miguel disse...

Muito bom, Floripa deveria ter mais associação assim também.
Saudades do imbé

Clovis Heberle disse...

caríssimo Miguel,

participei ativamente, da cozinha dos jornais onde trabalhava, de duas campanhas de comunidades ameaçadas pelos predadores ambientais. A primeira, nos anos 70, foi contra a a instalação de uma fábrica da Indústria Carboquícmica Catarinense(ICC) na beira da lagoa de Imaruí, e Laguna. Com os seus resíduos, a fábrica iria acabar com os camarões e com o ganha pão de cinco mil pescadores da lagoa. A outra foi pela preservação das dunas do Imbé,nos anos 80.
Ter respaldado os Exércitos Brancaleone que ousaram se opor aos poderosos,e venceram, me dão orgulha do diploma e da carreira de jornalista.
Um abraço! Apareça aqui no Imbé!
Clovis

Taddeu Vargas disse...

Lugar de gente boa como você meu amigo, é defendendo as boas causas. Parabéns e conte comigo sempre, principalmente quando a causa da resistência for a vida

Anônimo disse...

Sou fã do Imbé e agora proprietário de uma casa lá...gostaria de participar da Associação e ajudar a preservar o Imbé. Se puderes, me manda um contato. abração. mauro

Clovis Heberle disse...

Mauro,
manda um e-mail para o presidente da associação, Arno Carrard:

arnocarrard@hotmail.com

E bemvindo ao Imbé!

Um abraço