domingo, 10 de julho de 2011

TOTÓ TAMBÉM É GENTE


No excelente filme "Meia Noite em Paris" há uma cena de um cãozinho à mesa de um restaurante,  participando do jantar.  Na capital francesa não é incomum os  mascotes acompanharem seus donos nas refeições, um hábito, no mínimo, anti-higiênico.
Exageros à parte, nos últimos anos o aumento vertiginoso da população de animais de estimação tem forçado uma mudança de hábitos, especialmente nas cidades grandes e médias.  O mercado voltado para os bichinhos cresce cada vez mais, e não falta trabalho para veterinários e  proprietários de pet shops. 
Nas famílias, os cachorros adotados ou comprados se tornam membros da família - têm pais, irmãos, priminhos, tios e padrinhos. São  vacinados, comem rações específicas para a raça, o peso e a idade, tomam banho pelo menos a cada dez dias.  O telefone do veterinário está sempre à mão, colado na geladeira. Quando um deles adoece todos sofrem, e a morte do Snoopy ou da Laila é motivo de dor e choro, especialmente das crianças. 
Mas há um problema de difícil - ou impossível - solução: o que fazer com o totó quando a família vai viajar, nem que seja por um fim de semana?
  Os lugares  de hospedagem para animais de estimação  quase sempre são improvisados - jaulinhas em peças sem ventilação ou climatização.  Levá-los junto é mais complicado ainda. São raros, raríssimos, os hotéis e pousadas que aceitam  cães. Não adianta argumentar que são dóceis e de pequeno porte.
A explicação dos recepcionistas é sempre a mesma: eles podem perturbar o sossego dos demais hóspedes, principalmente pelos latidos. Bobagem, pois os seus responsáveis são os mais interessados em mantê-los tranquilos.  E há florais e tranquilizantes específicos para animais.  
Os gerentes de estabelecimentos receptivos aos pets só têm depoimentos positivos: raramente ocorre alguma queixa, e a política de boa vontade acaba atraindo novos clientes.
Proibir cachorrinhos em hotéis é apenas preconceito. Mais um que deve acabar, o quanto antes.

Na foto, Lord, um york que adora viajar.


13 comentários:

Jane disse...

Apoiadíssimo, Clovis! Bastaria bom senso e boa vontade. Hotel não aceita um cão limpo e dócil, mas aceita fumantes que empestam o ambiente....acho muito contraditório isso, já que fica claro que não é o bem-estar coletivo que interessa.

Clovis Heberle disse...

Exato, Jane, a palavra-chave é bom senso. O apart-hotel Villa Moura, do Cassino, pede aos hóspedes que levem os bichinhos no colo quando saem dos apartamentos e só os ponham no chão quando chegarem á rua. Duvido que alguém reclame ou não cumpra um pedido tão razoável.

Vida que segue... disse...

Eu concordo. Lá em casa nós deixamos de viajar em função deles, também temos dois yorks, por não querer deixa-los em lugares desconfortáveis. Os donos dos hotéis não pensam em quanto poderiam aumentar a sua clientela se aceitassem os nosso filhos de estimação, porque não? todo o tipo de amor vale a pena, não é?

Vida que segue... disse...

Eu concordo. Lá em casa nós deixamos de viajar em função deles, também temos dois yorks, por não querer deixa-los em lugares desconfortáveis. Os donos dos hotéis não pensam em quanto poderiam aumentar a sua clientela se aceitassem os nosso filhos de estimação, porque não? todo o tipo de amor vale a pena, não é?

Jorge Loeffler disse...

Em março o "sujeitinho" que manda aqui decidiu fazer uma festança "gáucha" e nós decidimos passar o final de semana na cidade de Floriano. Saímos nós e a Pinga que pesa talvez quilo e meio. Ao chegarmos fui direto a uma pousada onde havíamos ficado algumas vezes, a DUNAS. Fui ao Paulo, filho da proprietária que nos recebeu como sempre afavelmente. Ficamos no piso superior e num dos prédios, próximo ao nosso havia uma casal de Porto Alegre com dois, um Pinscher como a Pinga e outro que não sei descrever, senão que do meu tamanho, assustador até, mas “gente fina”. Quando decidimos passar o final de semana em Estrela com a filha, genro e netos, na véspera a Berenice arruma a mala. Basta a Pinga perceber o movimento e “acampa” no carro, mesmo com este frio. Preciso dizer algo mais? Jamais dou as costas quem mal trata um cachorro, pois não vale nada.

Clovis Heberle disse...

É isso. Eles vão conosco por toda parte, sem problemas. São "portáteis". Ainda bem que em Porto Alegre temos uma amiga que toma conta do Lord quando viajamos para mais longe. Ele fica na casa, é tratado como alguém da família.

Adriana Schnell disse...

... nem tudo é perfeito... Os gatos são tão limpinhos, mas deteeestam sair de casa. Eu iria amar levar meus three cats em viagens bacanas podendo hospedá-los em lugares com conforto e carinho. Mas quem disse que os bigodudos ronronentos gostam de pegar uma estrada?! Ainda bem que tenho uma vizinha gateira que cuida deles quando eu dou uma escapadinha no final de semana! Coisa rara...

De qualquer forma, fico feliz e comemoro que o bom senso tenha chegado ao pessoal do turismo! As famílias, afinal, querem ver todos os seus entes queridos sendo bem recebidos!

Beijo!

Clovis Heberle disse...

Jorge, acho bom isso de divulgar os nomes dos lugares que aceitam os cachorrinhos. Em Torres tem a pousada Vivenda da Barra, fone 3626-3393, e em Floripa a Brisas do Mar, no Campeche, 48-3237-2572.
Adri, realmente os gatos não suportam sacolejar por aí.

Abraços

Anônimo disse...

fora do tópico, tu que tens uma lumix:
http://www.gizmodo.com.br/conteudo/voce-vai-amar-descobrir-como-uma-lente-leica-e-feita/

Emanuel Mattos disse...

Grande assunto, bela abordagem, Clovis. Minha turma de cães e gatos desfila pela casa, dormem onde querem, liberdade total.
Eles iluminam minha vida - veja só, já tive 14 siameses que viajaram comigo quando fui lançar o DC, mas ficaram só dois dias, rá!, todos ficaram até o fim e hoje estão no quintal de casa.
Cães e gatos, nada pode ensinar mais em termos de convivência.
São melhores do que muita gente que conheci, infelizmente. Pra eles, não pros animais.
Belo post, forte abraço companheiro.

Clovis Heberle disse...

Emanuel, que legal que gostaste. Sabe que os cães de rua aqui do Imbé dão de dez a zero nos humanos em matéria de solidariedade e convivência.
Obrigado, um abraço

Lili® Rampon disse...

Adorei este post! Pra mim quem gosta de animais soh pode ser boa gente!!!
By the way... O Lord estah uma gracinha!!
Um abracao

Clovis Heberle disse...

Tens razão, Lili, e você é um exemplo disso.
Que legal que gostaste do post.
Abração!