sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PETS MALTRATADOS, CÃES ABANDONADOS



CARTA AO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO RIO GRANDE DO SUL


Prezados senhores:

A cada ano que passa o número de animais de estimação - os pets - tem aumentado enormemente. Hoje em dia é difícil uma família não ter o seu cãozinho, o seu gatinho.
Isto é bom para o mercado de trabalho dos médicos veterinários, mas acho importante que esse Conselho esteja atento às consequências deste aumento na população de animais domésticos.
Uma delas é a intensificação da criação e comercialização de cães e gatos, provocadas pela demanda. Tenho observado que há muitas agropecuárias e lojas do ramo onde os bichinhos ficam semanas e até meses em pequenas gaiolas, à espera de sua venda. É de dar pena vê-los alí, crescendo amontoados, desmamados precocemente, com até 20 dias de vida, com evidentes danos à sua saúde. Sugiro que o CRMV inicie o mais breve possível, com o apoio de seus profissionais associados, uma ação permanente de fiscalização desses locais.
Outra consequência é o abandono de animais pelos seus "donos". Muitas vezes as crianças exigem um cãozinho ou gatinho, mas depois cansam do "brinquedo". Há casos de famílias despreparadas para cuidar dos pets, e que acabam abandonando-os na rua. No Litoral do RS, onde moro, há matilhas de cães vagando pelas cidades, e talvez sejam menos infelizes que aqueles confinados a canis públicos ou privados, sem as mínimas condições de higiene e alimentação.

Acho que os representantes desse conselho nos municípios deveriam articular, com o apoio das prefeturas, uma política de castração dos animais abandonados e a sua assistência de saúde básica. Há no Imbé uma associação dedicada ao recolhimento e tratamento de cães, mas luta com falta de recursos e apoio. Acredito que o mesmo ocorra em outras cidades gaúchas.
Sugiro, por fim, uma campanha de esclarecimento, através dos meios de comunicação (que poderiam veicular os anúncios sem custos) para que a compra ou adoção de pets seja responsável. Os bichinhos não podem passar dez, doze horas sozinhos em apartamentos, enquanto os "pais" trabalham. É preciso também esclarecer quais os pets mais adequados a cada situação.

Enfim, os senhores, especialistas, devem saber muito melhor do que eu quais os cuidados mínimos para que os animais não sofram maus tratos.

4 comentários:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Li e copiei a fim de postar no meu blog. Somo-me a tal preocupação. Não há, creio, no mundo animal, dentre os ditos irracionais, nenhum outro que seja tão próximo de nós ditos humanos quanto o cão. Esse animal é algo extraordinário e vem de muito longe, pois quando os Romanos chegaram a um arquipélago até então sem nome conferiram ao mesmo o nome de Canaris. Hoje o conhecemos como Ilhas Canárias. Essa é uma deturpação, pois em latim canis, canaris, significa cachorro. Lá eram tantos esses animais que às ilhas foi dado como nome Canaris, ou Ilha dos Cães. Aqui em casa temos vários e uma é especial. Trata-se da Pinga que já tem 11 anos. Ela ainda não fala, mas se comporta como gente. Quando decidimos deixar a praia a fim de irmos ver os netos em Estrela, a Berenice na noite anterior arruma a mala. Basta isto para que ele não mais durma conosco, preferindo dormir dentro do carro para não ficar para trás. Como pode alguém submeter um animal desses a maus tratos? Comum igualmente observamos seres humanos vivendo abandonados à própria sorte (mendigos) com seus carros de recolher restos andando por nossas ruas. Em tais ocasiões se observa que essas criaturas contam com a solidariedade de um ou mais cachorros. Essas criaturas que nada têm a oferecer mesmo assim tem a solidariedade desses animais.

Clovis Heberle disse...

Interessantima esta informação sobre as ilhas Canárias. E concordo contigo quanto aos cães. O nosso, Lord, se instala dentro de uma das mochilas nas vésperas das viagens. Claro que teme ser esquecido...
Um abraço

Anônimo disse...

Tio Clóvis, compartilho desse sentimento de aflição ao ver os cães e gatos sendo tão judiados. Poxa, é uma adoção, uma vida que depende de nos, como tratar tão mal? Os humanos sãos crueis! Jorge, amei a história da Pinga! Dormir no carro é algo de extraordinário!! Rs! Abraços, tio e tia Laís! Clara

Clovis Heberle disse...

Clara,
que bom que gostaste da minha carta-desabafo. Espero que os veterinários façam algo.
Obrigado pela visita.
beijos
Clovis